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Gerente e capataz de "BOATE" são encaminhados para Belém.

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Foram transferidos hoje para Belém dois homens que foram presos, em flagrante, pelo tráfico de mulheres na zona rural de Vitória do Xingu. O avião com os acusados pousou no aeroporto Hangar do Estado, por volta das 19h15. No momento que os traficantes chegaram à capital, o delegado Silvio Maués, diretor de polícia do interior, os recebeu.

Os gaúchos Carlos Fabrício Pinheiro, de 33 anos, natural de Cruz Alta (RS), e Adriano Cansan, 20 anos, de Nova Roma do Sul (RS), responsáveis pelo gerenciamento da boate onde as mulheres eram mantidas em cárcere privado, serão levados para a sede da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará.

Durante a operação da PC de Altamira, realizada no dia 13 de fevereiro, cinco pessoas que eram mantidas em cárcere privado foram resgatadas: três mulheres naturais de Santa Catarina com idades de 18, 21 e 23 anos, e uma travesti paranaense de 20 anos, nascida em Pinhão (PR).

A boate funcionava no interior de um sítio, na localidade de Vila São Francisco, a 20 quilômetros dos canteiros de obras “Pimental” e “Canais e Diques”, da Hidrelétrica de Belo Monte.
A polícia tomou conhecimento do caso após uma jovem de 16 anos fugir do local e fazer a denúncia. Segundo informações do delegado Rodrigo Spessato, que comandou a operação, as vítimas eram confinadas em quartos pequenos sem qualquer janela e com ventilação precária. No cômodo, havia apenas uma cama de casal. Cadeados eram utilizados para fechar as portas, pelo lado de fora. As mulheres seriam trazidas de estados do sul do Brasil.

ENTENDA O CASO
A jovem que denunciou o esquema relatou que no local foi forçada a se prostituir, sendo mantida o tempo todo trancada em um quarto. A vítima contou ainda que era ameaçada pelo dono da boate, conhecido como Adão, que também seria oriundo do Rio Grande do Sul.

Segundo a adolescente, havia no local outras mulheres que estariam na mesma situação. A jovem relatou também que as pessoas não eram alimentadas e, o tempo todo, eram vigiadas por capangas e obrigadas a fazer programas para cobrir as dívidas com o dono da boate pelas despesas com a viagem do sul do país para o Pará.

Trabalhadores da obra de Belo Monte eram os principais clientes da casa de prostituição. A adolescente conseguiu fugir da boate e, com por meio de carona, foi levada até Altamira para denunciar o crime.

Depois da denuncia, em Altamira várias boates foram visitadas, 14 foram fechadas e 6 adolescentes que estavam nas casas noturnas de entretenimento foram recambiadas para cidades ou estados de origem.

Por: Felype Adms, com informações da PC.

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