Desde que começaram na semana passada, as manifestações que agora se espalham por todo o país, numa espécie de outono/inverno tupiniquim, vêm criando cenas e atitudes as mais diversas e inusitadas. Uma das mais belas e sugestivas, ao menos na minha opinião, está na imagem que ilustra esta postagem, onde se vê parte da Cinelândia, à frente do Teatro Municipal, tomada por pessoas de todos os tipos e um único objetivo: protestar contra tudo o que vem acontecendo de ruim no Brasil nos últimos anos. O lado feio dos protestos, ninguém discute, está no vandalismo que se mistura ao movimento para dar vazão a atos de pura bestialidade.
Mas outras atitudes também chamam a atenção e causam polêmica, além de desvendar a face e a índole autoritária de autoridades que deveriam pautar seu proceder pelo equilíbrio, pelo bom senso, pela razão e legalidade. É o caso, por exemplo, do promotor de justiça Rogério Leão Zagallo, que no último dia 06 digitou um comentário em seu perfil noFacebook pedindo à Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo - SP que atirasse contra os manifestantes do Movimento Passe Livre.
Após a repercussão do infeliz comentário, Zagallo, é claro, tentou se justificar, dizendo que tudo não passou de um "desabafo" de alguém que estava há muito tempo parado na trânsito e que tinha um filho pequeno à sua espera, acrescentando que a manifestação era legítima e que o comentário sobre o arquivamento de inquérito foi apenas uma "forma de expressão", adotando o mesmo estilo, por exemplo, da presidente Dilma Rousseff, do governador Sérgio Cabral e do prefeito do Rio, Eduardo Paes, que agora acham que tudo é parte da democracia linda que impera no país.
Uma fonte da Universidade Mackenzie, onde o promotor dá aulas de Direito, revelou na ocasião que a instituição é contrária a qualquer tipo de ação que desrespeite a liberdade e incite a violência, mas não confirmou o desligamento do professor, como chegou a ser noticiado. O próprio Zagallo, porém, teria dito aos seus alunos que a partir do próximo semestre não mais fará parte do corpo docente da instituição, que decidiu não renovar o seu contrato.
No portal da Folha, que publicou a matéria, algumas pessoas chegaram a comentar que o promotor teria expressado "o sentimento da maioria da população", o que não me parece correto, mas ainda que assim o fosse, a ideia de sugerir, em tom de desabafo ou não, que a Tropa de Choque matasse um ou mais dos participantes da manifestação, porque ele, como membro do Ministério Público responsável pela região, arquivaria o inquérito policial, é inaceitável. Desabafar como cidadão que se sentiu prejudicado em seu direito de ir e vir é perfeitamente compreensível e legal. Incitar a violência, e o pior de tudo, prometer que ela ficará impune, valendo-se justamente da instituição que tem a função de fiscalizar a correta e justa aplicação da lei, é iniciativa absurda que deve ser punida na forma prevista pelas legislações comum e orgânica que regulam a atuação do Ministério Público.
Folha
Mas outras atitudes também chamam a atenção e causam polêmica, além de desvendar a face e a índole autoritária de autoridades que deveriam pautar seu proceder pelo equilíbrio, pelo bom senso, pela razão e legalidade. É o caso, por exemplo, do promotor de justiça Rogério Leão Zagallo, que no último dia 06 digitou um comentário em seu perfil noFacebook pedindo à Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo - SP que atirasse contra os manifestantes do Movimento Passe Livre.
Incomodado por estar preso no trânsito, o promotor escreveu em seu perfil pessoal:
Uma fonte da Universidade Mackenzie, onde o promotor dá aulas de Direito, revelou na ocasião que a instituição é contrária a qualquer tipo de ação que desrespeite a liberdade e incite a violência, mas não confirmou o desligamento do professor, como chegou a ser noticiado. O próprio Zagallo, porém, teria dito aos seus alunos que a partir do próximo semestre não mais fará parte do corpo docente da instituição, que decidiu não renovar o seu contrato.
No portal da Folha, que publicou a matéria, algumas pessoas chegaram a comentar que o promotor teria expressado "o sentimento da maioria da população", o que não me parece correto, mas ainda que assim o fosse, a ideia de sugerir, em tom de desabafo ou não, que a Tropa de Choque matasse um ou mais dos participantes da manifestação, porque ele, como membro do Ministério Público responsável pela região, arquivaria o inquérito policial, é inaceitável. Desabafar como cidadão que se sentiu prejudicado em seu direito de ir e vir é perfeitamente compreensível e legal. Incitar a violência, e o pior de tudo, prometer que ela ficará impune, valendo-se justamente da instituição que tem a função de fiscalizar a correta e justa aplicação da lei, é iniciativa absurda que deve ser punida na forma prevista pelas legislações comum e orgânica que regulam a atuação do Ministério Público.
Folha