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Criminosos não respeitam nem velório em Belém, mandam bala e matam dois.

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Foi horrível. Ninguém sabia o que ‘tava’ acontecendo. Dois jovens cheios de vida, trabalhadores e não se envolviam com coisas erradas. A gente velava um, agora vai ter que velar três.
Uma crueldade. Quem presenciou o crime diz ter sido uma verdadeira ‘chacina’. Dois rapazes, supostamente sem qualquer envolvimento no mundo do crime, morreram logo depois de serem baleados durante o velório de um dos acusados envolvidos no assalto que resultou na morte do sargento Josenilson Silva Pinto, 44, na manhã do último domingo, no bairro de Val-de-Cães, em Belém. Populares que estavam no velório desconfiam que os autores dos disparos além de provocarem pânico, seriam policiais militares a paisana. O motivo? Uma suposta vingança pela morte do colega de farda.

O corpo de Anderson Carlos Tavares Conceição estava sendo velado em um centro comunitário localizado na rua Santa Teresinha, próximo a casa onde morava. Segundo informações de testemunhas, um dos momentos mais movimentados foi durante a madrugada, por volta das 2h, pois a presença de dois homens tornou o ambiente de silêncio e tristeza, em um local de onde se ouviam tiros e muita gritaria. “Foi um pânico total. Nunca imaginei que estaria num velório, e uma coisa dessas pudesse acontecer”, disse uma moradora. “Tinha muita gente, até uma grávida”.


CRIMINOSOS:
De acordo com populares, os criminosos seriam policiais militares a paisana. “Chegaram quatro homens montados em duas motocicletas, passaram aqui na rua olhando para dentro do velório. Depois estacionaram na frente do centro e os caronas desceram e entraram. Eles estavam bem vestidos. Foram até próximo ao caixão e quando retornavam para fora, viraram e começaram a atirar. Tivemos que nos abaixar senão muitos poderiam ficar feridos. Três vizinhos foram atingidos pelas costas, sem chance de defesa”, detalhou um morador que também preferiu não revelar o nome. A terceira pessoa atingida já passa bem.

Ainda segundo relato de populares que presenciaram o crime, os atiradores seguiram em fuga e logo em seguida, várias viaturas da Polícia Militar se fizeram presentes no local.“Mas ninguém socorreu. Essa rua ‘tava’ cheia de PMs, mas nenhum sequer teve a coragem de socorrer os meninos”, disse uma outra moradora indignada.

VÍTIMAS
Elliott Alves Pereira, 17 anos, e Flávio dos Santos Miranda, 18 anos, foram levados pelos moradores até o Hospital Metropolitano, mas teriam chegado quase sem vida e morreram minutos depois. Familiares dos jovens afirmaram que eles nunca tiveram envolvimento com o mundo do crime, eram apenas vizinhos do assaltante e que teriam ido dar apoio, confortar a família de Anderson. Elliott seria um adolescente estudioso e trabalhador, assim como Fábio. A boa conduta dos rapazes foi unânime entre a vizinhança.

INVESTIGAÇÃO
De acordo com o delegado, diretor da Seccional Urbana da Sacramenta, Orivaldo Barreto, que está investigando o caso, várias pessoas devem prestar depoimentos. As declarações serão ouvidas no intuito de esclarecer os fatos e tentar fazer com que se reconheçam os criminosos.

“É muito cedo pra falar de suspeitos e afirmar qualquer coisa. As primeiras diligências já estão sendo feitas e temos 30 dias para concluir o inquérito. Caso alguém reconheça algum policial militar como suspeito, o inquérito será transferido para a Corregedoria da Polícia Militar, onde serão realizados os procedimentos cabíveis. E quanto ao envolvimento das vítimas no crime, não tenho essa informação, mas também iremos investigar”, informou Barreto.

Marilene Valente, presidente da Associação de Moradores Santos Dumont também estava indignada com o tiroteio. Segundo ela, os moradores irão se reunir em busca de paz, através de uma caminhada para chamar a atenção da sociedade para os crimes desenfreados envolvendo jovens. “Que justiça é essa? Isso não pode ficar impune. Nosso medo maior é a represália que iremos sofrer”. “Ele era errado sim, mas não dava o direito deles fazerem isso, tirarem vidas de inocentes. Meu irmão já ‘tá’ morto e o outro preso, o que eles queriam mais?”, desabafou uma irmã de Anderson.

(Diário do Pará)

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